Domingo Cult: Resenhas que vão ao ar "quinzenalmente" aos domingos, feitas pela colaboradora @TulliaMaria
Olá, pessoas! :D Tudo bem??
Preciso dizer o quanto estou feliz com a volta do blog? Estava com uma saudade imensa de escrever para vocês...
Mesmo com as mudanças que a Rapha anunciou para o blog, eu vou continuar responsável pela Domingo Cult, postando resenhas quinzenalmente! Qualquer coisa nova, vocês vão ficar sabendo logo, logo!
Obrigada pela visita e vamos continuar torcendo para que o Doce Encanto não precise mais fazer pausas...
Grande beijo,
Tullia Maria
O Homem que Matou Getúlio Vargas, de Jô Soares
“Etnashar esbaa!Etnashar esbaa!”
Doze dedos nas mãos. Mãe brasileira e pai sérvio. Pensamento anarquista. Pontaria certeira. Uma carreira de assassino frustrada. Uma vida marcada por trapalhadas. Essas são algumas das características de Dimitri Borja Korozec (Dimo), que protagoniza “O Homem que Matou Getúlio Vargas”, obra que causa estranhamento já pelo título. Afinal, não aprendemos em nossas aulas de História que a morte do presidente foi suicídio?
Sobrinho ilegítimo de Vargas, Dimitri nasce na Europa no final do século XIX. Desde pequeno é influenciado pelas ideias anarquistas de seu pai e acaba entrando na Skola Atentatora, onde aprende manejar armas como ninguém. Tendo prometido à mãe que conheceria o Brasil, Dimo viaja por vários países antes de se estabelecer no país tropical.
Ao apresentar a biografia de Dimitri, Jô Soares deixa bem claro quem será o suposto assassino de Vargas. No entanto, a dúvida que paira todo o tempo é: como ele irá conseguir fazer isso? Será um plano pensado e bem sucedido? Ou mais uma de suas trapalhadas? Essas respostas só serão dadas nas últimas páginas do livro.
Além do protagonista, outra personagem (azarada) que se destaca na trama é o anão Motilah Bakash. Apresentado no capítulo 2 como o “faz-tudo” de mata Hari, por quem é apaixonado, o último dos Thugs¹ aparece diversas vezes na trama obstinado a matar Dimo. No entanto, sempre acontece algo para impedir que isso aconteça. Como uma verdadeira fênix, Motilah aumenta a lista de “caçadores” de Dimitri e, ao surgir inesperadamente, colabora para o suspense da obra.
Recheado de mapas, reportagens, documentos, fotos que “retrataram” Dimo e outras imagens, a trama mistura a biografia do desastrado assassino com acontecimentos e personalidades históricas. A personagem principal convive com Al Capone, Graciliano Ramos, Plínio Salgado, atores hollywoodianos, entre outros. Também esbarra em personalidades como Jorge Amado, Picasso e Olga Benário e colabora com a eclosão da Primeira Guerra e algumas revoltas pelo mundo inteiro.
Outro aspecto de destaque são as pausas personalizadas que separam as partes dentro de cada capítulo. Elas sempre estão relacionadas ao momento que o protagonista está vivendo e variam desde bombas a trenzinhos, passando por mãozinhas, moedas, navios, garrafas de vinho e esfinges.
O livro conta ainda com prólogo e epílogo, sendo o primeiro dedicado a contar uma aventura (sombria) da juventude de Vargas e o epílogo a apontar o provável destino de Dimo. Tudo combinado com uma alta dose de criatividade, elemento que também se sobressai através da figura do inspetor Javert, claramente inspirado na personagem da obra “Os Miseráveis”.
De pontos negativos, detectei apenas dois: o uso de termos arcaicos e a descrição minuciosa de alguns percursos de Dimitri. Ao usar algumas palavras difíceis (para o meu nível vocabular), o autor faz com que trechos e piadas fujam do entendimento do leitor. Já ao citar cada rua percorrida pela personagem durante seus planos mirabolantes, Jô Soares contribui para que passagens de seu livro se tornem cansativas.
Para quem gosta de uma boa comédia, que misture com harmonia ficção e realidade, o “Homem que Matou Getúlio Vargas” é a opção perfeita. Assim como Jô, você terá a oportunidade de brincar com a história e refletir sobre os acontecimentos de cerca de quarenta anos. No entanto, se prepare! Você vai sentir muita vontade de pesquisar fatos e nomes enquanto se diverte com as trapalhadas desse imprevisível bósnio.
Thugs¹: Fraternidade secreta de assassinos e ladrões de viajantes que aparecem na história da Índia.
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Thugs¹: Fraternidade secreta de assassinos e ladrões de viajantes que aparecem na história da Índia.
Tullia Maria Erseni, 16 anos, cursa o 3º ano do Ensino Médio. Mora no interior da Bahia. É bem capricorniana e uma das suas maiores paixões são os livros!
5 comentários:
Sinceramente, eu não botava fé no livro, só que lendo sua resenha, posso concluir que me enganei e temos ai um livro muito interessante para ler =D
Bjs
daimaginacaoaescrita.com
Nunca ouvi falar desse livro, confesso, Tullinha!
E sempre quis ler um livro do Jô, tipo o novo dele...
Mas que legal, às vezes eu fico até em dúvida, quando se misturam fatos reais com fictícios sobre o que é verdade ou não, e gosto mesmo disso! rs.
Ótima resenha, mas não sei se ele livro me interessa mesmo.
Beijos,
Hannah - Secrets of Book.
Sabe que nunca li um livro do Jô? Sempre pensei em começar com esse... Acho que agora vai! ;)
Bye da Pah
www.livrosestrelas.blogspot.com.br
Oi Túlia,
confesso que nunca li Jô Soares, mas tenho muita vontade, meu pai é um grande fãn das histórias do autor, e até tenho Xango lá em casa.. Sua resenha ficou ótima, fiquei com vontade de ler!!
Abraços
Gabi Lopes
Eu tbm nunca li nada do Jô. Meu namorado já leu O Xangô de B(não sei escrever kkkk) há um bom tempo e adorou. Eu até tenho curiosidade de saber se o JÔ é bom escritor, mas quero ler tantos outros livros tbm que sempre deixo o JÔ pra depois kkkk
Beijocas e flor, suas resenhas são OTIIIIMAS *-*
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