♥ Recadinho da Tullia ♥
Olá, pessoal! Quero aproveitar para desejar um ótimo 2012 para todos vocês... Meio atrasado, mas é a primeira vez, desde a virada do ano, que posto aqui! Tudo de melhor para todos!! ;)
Quanto à resenha, dessa vez apresento um livro que considero um verdadeiro achado... Espero que gostem e comentem! Esse ano vou tentar diversificar ao máximo a Domingo Cult, ok?
Suuuper Beijo,
Tullia Maria
♥ Resenha ♥
Autor: Jane Austen
Editora: L&pm
Nº de páginas: 400
ISBN: 9788525419644
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Sinopse: Na Inglaterra do final do século XVIII, as possibilidades de ascensão social eram limitadas para uma mulher sem dote. Elizabeth Bennet, de vinte anos, uma das cinco filhas de um espirituoso, mas imprudente senhor, no entanto, é um novo tipo de heroína, que não precisará de estereótipos femininos para conquistar o nobre Fitzwilliam Darcy e defender suas posições com perfeita lucidez de uma filósofa liberal da província. Lizzy é uma espécie de Cinderela esclarecida, iluminista, protofeminista. Neste livro, Jane Austen faz também uma crítica à futilidade das mulheres na voz dessa admirável heroína — recompensada, ao final, com uma felicidade que não lhe parecia possível na classe em que nasceu.
" É uma verdade universalmente reconhecida que um homem solteiro na posse de uma bela fortuna necessita de uma esposa."
Um lugarejo no interior da Inglaterra. Uma família composta por cinco moças de personalidades diferentes. Um pai ausente e uma mãe determinada (ou por que não dizer obcecada?) a casar bem todas as suas filhas. Esses são alguns dos ingredientes de Orgulho e Preconceito, considerado a obra-prima da inglesa Jane Austen.
A rotina da família Bennet sofre alterações com a chegada do Sr. Bingley, que se muda para as redondezas e traz com ele o Sr. Darcy, além de duas irmãs não tão simpáticas. A Sra. Bennet (assim como as outras moradoras da região) vê nessa novidade a oportunidade de casar bem duas de suas cinco filhas, já que os rapazes são bonitos e donos de consideráveis fortunas.
A partir desse ponto a trama se desenrola com uma série de encontros e desencontros, situações forçadas, intrigas, convenções e amor verdadeiro. Desde as primeiras páginas já é possível desvendar um pouco da personalidade das personagens centrais, que variam desde a perspicácia de Elizabeth, até a bondade de Jane, passando pelo gênio influenciável de Bingley e pela timidez e orgulho de Darcy. As preferências também ficam claras e a maneira como os pais declaram gostar mais de uma filha que da outra, apontando seus defeitos e qualidades, é impressionante.
Mesmo não sendo escrito em primeira pessoa, o ponto de vista predominante na obra é o de Elizabeth, o que considero uma ótima escolha, já que a segunda filha dos Bennet possui um grande poder de observação. Pouco a pouco nos tornamos íntimos de Lizzy (apelido de Elizabeth) e acabamos sendo guiados por suas opiniões, o que nos faz, inclusive, tirar conclusões precipitadas e cometer os mesmos erros de julgamento que ela.
Confesso que tive grande receio ao comprar o livro, pois não sou muito fã de romances históricos, mas ao ler as primeiras linhas da obra, fui conquistada por Jane Austen. São inclusive, essas primeiras linhas, as responsáveis por anunciar o diferencial da trama: apesar de tratar de temas tão comuns como relacionamentos, a crítica às convenções permeia toda a obra com um toque de ironia muito bem colocado.
Além de denunciar as convenções, o livro preocupa-se também em exaltar o amor como meio de salvação, amadurecimento e felicidade. Por esse sentimento, algumas personagens são capazes de deixar certas crenças de lado e se permitem enfrentar seus preconceitos, resultando em uniões inicialmente improváveis. Além disso, apenas os que se casam por amor (e não por interesse) conseguem atingir a verdadeira felicidade.
O título é outro aspecto importante na obra que, além de chamar a atenção dos leitores, também adianta os rumos da trama. É no relacionamento que se desenvolve entre Darcy e Lizzy que o orgulho e o preconceito se manifestam, tanto no receio de se envolver com alguém que não está a sua altura como no desprezo por alguém que causou uma primeira impressão tão ruim.
Uma característica que também merece destaque é o fato do livro ser escrito em tom de confissão. O leitor tem acesso aos conflitos sentimentais das personagens e às impressões que elas possuem acerca do outros, o que contribui para que se sinta mais próximo do contexto da trama (apesar de ser a Inglaterra da virada do século XVIII para o XIX). A autora não se preocupa muito em descrever os ambientes, a menos que estes sejam de especial importância para a história, e prefere dar ênfase ao que há no interior de cada um, o que ajuda a explicar suas posturas e atitudes diante dos acontecimentos.
O ponto alto da obra fica por conta dos diálogos, inteligentes e, assim como toda a obra, carregados de ironia. Os embates de Elizabeth com o Sr. Darcy são imperdíveis, bem como as conversas da moça com Jane, nas quais Lizzy consegue expressar com facilidade suas impressões sobre as pessoas com quem convive. O único problema, no entanto, é que a autora nem sempre sinaliza quais personagens estão falando, portanto, para não se perder, é preciso ficar bastante atento, o que não é difícil, já que se trata de uma narrativa bastante envolvente.
Para quem deseja uma leitura leve e prazerosa, capaz de despertar a curiosidade sobre seu desfecho, Orgulho e Preconceito é uma ótima opção, além de ser um clássico da literatura que verdadeiramente merece esse título.
Para os interessados, apenas um alerta: você poderá se envolver tanto que, ao final da trama, provavelmente estará completamente apaixonado por algumas das personagens.
Sobre a colunista:
Tullia Maria Erseni, tem 16 anos, cursa o 3º ano do Ensino Médio e mora no interior da Bahia. É bem capricorniana e uma das suas maiores paixões são os livros!