[Domingo Cult] FEBEAPÁ, por Tullia Maria

8 comentário(s)

Oi, pessoal!

A Domingo Cult de hoje é especial! Hoje eu trago uma das obras que mais me intrigaram e me fizeram refletir nos últimos tempos!
 
Espero que gostem da resenha e tenham vontade de ler Febeapá! :)
 
Obrigada por tudo!!
 
Beijão,
Tullia Maria


 
Autor: Stanislaw Ponte Preta
 
 
Sinopse: Segundo o autor, é difícil precisar o dia em que o Festival de Besteira que Assola o País começou. Este livro do aclamado Stanislaw Ponte Preta, heterônimo de Sérgio Porto, é uma reação cômica, irreverente, à mediocridade política da época, que embora tenha sido lançado em 1966, adapta-se muito bem aos dias de hoje. O livro, que era editado em três volumes, agora é um só.

 
 
"É difícil ao historiador precisar o dia em que o Festival de Besteira começou a assolar o País. Pouco depois da "redentora", cocorocas de diversas classes sociais e algumas autoridades que geralmente se dizem "otoridades", sentindo a oportunidade de aparecer, já que a "redentora", entre outras coisas, incentivou a política do dedurismo (corruptela de dedo-durismo, isto é, a arte de apontar com o dedo um colega, um vizinho, o próximo enfim, como corrupto ou subversivo — alguns apontavam dois dedos duros, para ambas as coisas), iniciaram essa feia prática, advindo daí cada besteira que eu vou te contar".

Você já pensou em ter uma aula de História do Brasil e ainda se divertir? Ou descobrir um pouco do cotidiano da Ditadura Militar enquanto se impressiona com as besteiras que civis e militares aprontavam? Pois FEBEAPÁ, obra de Stanislaw Ponte Preta¹, alter ego de Sérgio Porto, consegue cumprir perfeitamente a função de informar e entreter.

Escrito durante os primeiros anos da Ditadura, iniciada com o golpe que o autor chamava “carinhosamente” de Redentora, a trilogia reúne uma série de crônicas que narram alguns dos mais interessantes e bizarros acontecimentos da época. Quer alguns exemplos? Nomeações de defuntos para cargos públicos, atitudes duvidosas de políticos, cenas de “puxa-saquismo”, entre outros, tudo isso carregado de bastante ironia e de crítica à censura que imperava no período.

Contando casos de anônimos e famosos, dos quais Ponte Preta não se preocupava em ocultar o nome, o autor tentava driblar a censura imposta pelos “cocorocas” e apresentar os resultados colhidos pela Pretapress, sua “agência de informações”. Além disso, FEBEAPÁ também cita importantes órgãos e siglas utilizadas na época que, se acompanhados de uma pesquisa mais aprofundada, podem se transformar em um importante instrumento de estudo.

Essa trilogia é ainda uma oportunidade de rever algumas das já consagradas personalidades criadas pelo escritor, entre as quais estão: Tia Zulmira, com suas importantes considerações e frases “filosóficas”, Primo Altamirando, o mau-caráter, Bonifácio Patriota, o apaixonado pela nação, e Rosamundo, o sempre distraído. Entre personagens tão características e tão brasileiras, você provavelmente irá reconhecer alguém!

O prefácio escrito por Millôr Fernandes e o posfácio de Berenice Cavalcante são um dos grandes pontos altos da trilogia. No primeiro, o leitor é convidado, através de um grande amigo de Sérgio Porto, a conhecer um pouco mais da conturbada vida do escritor. Já o posfácio, com um ar mais acadêmico, destaca a importância do trabalho de Stanislaw e complementa a obra com mais histórias do Brasil.

Outro aspecto que merece destaque são as frases de abertura de cada livro, que, acompanhadas de imagens sugestivas, dão um indício do que pode se esperar das crônicas. A primeira (“Ou o Brasil acaba com a besteira, ou a besteira acaba com o Brasil”), em especial, é um alerta para os brasileiros, servindo não apenas para os leitores da década de 60, mas também para os de hoje em dia.

FEBAPÁ é uma dica perfeita para quem deseja passar horas se divertindo com algumas das mais pitorescas histórias do Brasil. Mas ele é bem mais que isso: É uma oportunidade de refletir sobre o nosso país, sobre os problemas que persistem e as besteiras que não desistem de aparecer. E me perdoem os que acreditam que ser a 6ª potência econômica do mundo significa alguma coisa. O “Festival de Besteira que Assola o País” é bem mais atual do que parece. E em meio a tanta hipocrisia, ainda nos garante boas risadas. Uma ótima leitura!

Stanislaw Ponte Preta¹: Também autor da música “Samba do Crioulo Doido” e do livro “As Cariocas”, que inspirou a série da Rede Globo.
 
 
 
 
 
 
 
Sobre a colunista: 
Tullia Maria Erseni, tem 16 anos, cursa o 3º ano do Ensino Médio e mora no interior da Bahia. É bem capricorniana e uma das suas maiores paixões são os livros!

8 comentários:

Unknown disse...

Nossa que legal esse livro. Gosto muito de livros sobre a história do Brasil, ainda mais sobre esse período que ainda hoje envolve muita coisa não revelada. Com certeza é uma ótima dica de leitura, ainda mais para os adolescentes de hoje que diferentes dos da época não se interessam nem um pouco sobre a política e a história do próprio país.

Nana Barcellos disse...

Hey girls!
Tudo bem?
O livro parece ser bem interessante, minhas aulas de histórias precisavam de algo assim.. eram chatas e às vezes eu dormia.
Rs
Quando li o subtítulo imaginei, críticas ao Carnaval haha

Ótima resenha.

beijos e bom final de domingo
NANA - OBSESSION VALLEY

Rapha disse...

Oi meninas ;D

Vcs viram que interessante? Qndo a Tullia me falou do livro eu fiquei mto curiosa pra ler!

Tullinha: mais uma vez: parabens pela resenha! rs

Beeijocas!

Equipe TriBooks disse...

Olá :D

Não conhecia este livro, mas fiquei com muita vontade de ler. Eu adoro História e se puder me divertir lendo sobre ela, melhor ainda. É muito importante estarmos atentos a tudo que aconteceu e acontece no nosso país.

Ótimo texto Tullia!

Beijinhos,

Paula

http://tribooks.blogspot.com

@Tri_Books

Tullia Maria disse...

Eu também gostei! :)
É importante conhecer a história... E se for de uma maneira proveitosa então!
E não só desvendar a ditadura, mas perceber o que ainda há de errado nos dias de hoje! :)

Tullia Maria disse...

Tudo!! :)
hahaha Pode passar a dica pros seus professores, né?
Por quê?
Obrigada!
Beijão!

Tullia Maria disse...

Oii! :)
Obrigada, Rapha!
Beijo!

Tullia Maria disse...

E por que não lê?? ;D
Concordo com você!
Obrigada, Paula...
Beijão!

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